Diversidade na escola: o que aprender e o que ensinar com as diferenças
Além dos conteúdos em sala de aula, na escola os alunos também aprendem sobre valores e convívio em sociedade. Por isso, da mesma forma que qualquer outro local, o ambiente escolar não está imune ao preconceito, discriminação e intolerância – e uma forma de combater essas questões é abordar a diversidade na escola.
Ao dialogar com os estudantes e trabalhar a diversidade na escola, eles aprendem a respeitar as diferenças desde o início de sua formação. Portanto, a escola tem um papel fundamental para a sociedade ao contribuir para o desenvolvimento de cidadãos que respeitem as diferenças entre as pessoas e tenham um bom convívio com a comunidade ao seu redor.
Muitas vezes os alunos acabam reproduzindo atos de preconceito com relação aos colegas e professores, gerando situações de bullying na escola. Porém, na maioria dos casos as crianças e adolescentes estão apenas repetindo o que escutaram em casa, na escola e em outros lugares, sem refletir.
No ambiente escolar, os alunos têm a oportunidade de conviver com todo o tipo de diferença e os professores devem aproveitar a proximidade para abordar esses temas e incentivar um discurso de tolerância, respeito e empatia.
É importante que os professores e gestores não fechem os olhos para o preconceito e assumam o papel de combate à violência e à intolerância . Também é importante que os docentes fiquem atentos para não reproduzir em sala de aula os preconceitos enraizados na sociedade.
Como abordar a diversidade na escola
O respeito à diversidade é um dos princípios da Constituição Federal de 1988 e também está presente no texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que coloca como uma das competências gerais da Educação Básica:
“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”.
O Plano Nacional de Educação (PNE) também reforça a promoção da diversidade e a erradicação de todas as formas de discriminação. Com isso, o objetivo principal é combater a evasão escolar causada por preconceito e garantir que todos tenham direito à educação de qualidade.
No âmbito internacional, a diversidade também está presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), tanto com relação à igualdade de gênero quanto a redução da desigualdade no mundo.
O ODS 4, que trata da educação, coloca como uma das metas até 2030 eliminar as disparidades de gênero e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação, incluindo pessoas com deficiência, povos indígenas e crianças em situação de vulnerabilidade.
Assim, a diversidade na escola deve ser colocada em discussão independentemente da idade dos alunos. O que deve mudar é a abordagem para adequar a linguagem e os temas que devem ser discutidos. Para alunos menores, por exemplo, o professor pode começar questionando o conceito de “brincadeiras de menino” e “brincadeiras de menina”, promovendo o diálogo e a integração entre todos.
Para alunos mais velhos, uma forma de abordar o assunto é utilizar livros e materiais de apoio, como jornais e revistas, para estimular que eles mesmos pensem sobre as questões e as relacionem com o próprio cotidiano.
Confira outras maneiras de combater o preconceito no ambiente escolar:
- Incentivar a autoestima dos alunos a partir da representatividade;
- Explorar o assunto por meio de filmes e literatura infantil;
- Realizar dinâmicas para promover a integração e o desenvolvimento de valores;
- Criar um ambiente de convívio mútuo;
- Promover rodas de conversa para tirar dúvidas e esclarecer conceitos que podem ser confusos para os alunos;
- Reestruturar o Projeto Político Pedagógico (PPP) para incluir propostas que ampliem a diversidade nos espaços, criando ações institucionais e organizadas.
Dessa forma, a diversidade na escola se torna uma regra e os alunos se tornam mais conscientes das próprias atitudes, mudando o mundo à sua volta.
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