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Trilhas de Aprofundamento: 4 formas de organizar os itinerários formativos para o Novo Ensino Médio

Tempo estimado de leitura: minutos

23 de fevereiro de 2023

O Novo Ensino Médio trouxe diversas novidades para estudantes, professores e gestores educacionais. Em 2022, algumas regras estabelecidas pela Lei n.º 13.415 já começaram a ser implementadas. A proposta do MEC é que as mudanças sejam aplicadas gradativamente, sendo completamente atendidas até 2024.

Depois da ampliação da carga horária de 800h para 1.000h horas anuais em 2022, agora as escolas deverão estar preparadas para oferecer os itinerários formativos ou trilhas de aprofundamento.

Para ajudar com a implementação dos itinerários formativos na sua instituição, apresentamos 4 formas diferentes para atender a essa determinação do Ministério da Educação. Confira!

O que são os itinerários formativos ou trilhas de aprofundamento

O currículo do Novo Ensino Médio é composto pela Base Nacional Comum Curricular em conjunto com os Itinerários Formativos.

Além dos estudos das quatro áreas de conhecimento estabelecidas na BNCC, as instituições de ensino deverão ofertar opções de itinerários formativos.

No Portal do Ministério da Educação a definição de itinerário formativo é:

“O conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no ensino médio”.

Dessa forma, os alunos poderão escolher, de acordo com sua aptidão ou projeto de vida, qual trilha ou itinerário formativo melhor se adequa às suas expectativas e desejos profissionais.

Quais são as trilhas de aprofundamento

As instituições de ensino médio deverão ofertar itinerários formativos de acordo com o local onde a instituição está inserida, pensando sempre no aproveitamento do conhecimento adquirido pelos estudantes no mercado de trabalho da sua região.

Dessa forma, os itinerários formativos podem abordar diferentes áreas, mas sempre com foco no desenvolvimento profissional dos jovens.

As trilhas de aprofundamento podem ser enquadradas em 3 formatos:

  • Formação Técnica e Profissional;
    As instituições têm como opção oferecer itinerários formativos ou em parceria com outras entidades. A legislação determina que a oferta de cursos nesse formato deverá considerar:
    I – a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissional;
    II – a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas com terminalidade.
  • Áreas do conhecimento;
    O aluno poderá optar por uma ou mais áreas de conhecimentos determinadas na BNCC para aprofundar seus estudos, sendo elas Linguagens e suas Tecnologias (Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa); Matemática; Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química); e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).
  • Formação Técnica e Profissional em conjunto com uma ou mais Áreas do Conhecimento.
    Ainda será possível aos estudantes combinar a formação técnica e profissional ofertada pela instituição com uma ou mais áreas de conhecimento.

Quantos itinerários a escola deve oferecer

A escola deverá dar suporte a escolha dos estudantes. Por isso, a criação do Projeto de Vida é uma etapa essencial para orientar os jovens sobre quais itinerários estariam em conformidade com suas expectativas profissionais e aptidões.

Os alunos poderão optar por mais de um itinerário ao longo de sua jornada e as redes de ensino terão autonomia para definir quais serão os itinerários formativos, de acordo com as demandas do seu contexto local.

Quem pode lecionar os itinerários formativos

O Novo Ensino Médio adicionou novas possibilidades profissionais à educação básica.

Além dos critérios informados no artigo 61 da Lei de Diretrizes e bases da educação nacional, também poderão ministrar os itinerários formativos:

IV – profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública, ou privada, ou das corporações privadas em que tenham atuado;
V – profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação.

Diferença entre Disciplinas Eletivas e Itinerários formativos

As disciplinas eletivas também fazem parte do currículo do Novo Ensino Médio. Elas são ofertadas com uma carga horária inferior aos itinerários formativos e com novas opções de escolha a cada 6 meses. Isso permite que o aluno personalize ainda mais sua jornada de conhecimento.

Já o itinerário formativo tem uma duração maior, acompanhando o estudante durante o 2º e 3º ano do ensino médio.

Embora muito interessante, a oferta de disciplinas eletivas, diferentemente dos itinerários formativos, não é obrigatória. As escolas podem deixar de oferecer disciplinas eletivas ou atribuí-las a apenas alguns itinerários.

Itinerários formativos: formas de organização do quadro de horários

Após uma análise com diversas instituições de ensino, identificamos quatro formas de viabilizar a implementação dos itinerários formativos.

  • Para facilitar a explicação, as disciplinas serão divididas em dois tipos:
  • Os componentes curriculares de cada trilha de aprofundamento;
    Demais componentes curriculares — de Formação Geral Básica, Projeto de Vida, Eletivas, etc.

Aplicando os itinerários formativos – Opção 1

Esta é a forma mais fácil de ser implementada.

As turmas são formadas pelos alunos que optaram pela mesma trilha.

Exemplo: Na 2ªA ficarão os alunos que optaram pela trilha de Ciências Humanas, e na 2ªB ficarão os alunos que optaram pelo itinerário de Ciências Exatas.

Quanto à elaboração do horário, não é necessária qualquer adaptação.

Dessa forma, as aulas dos componentes curriculares referentes às trilhas poderão ocorrer a qualquer momento na grade de horários, tornando sua elaboração mais fácil. Mas ainda é possível que as aulas de trilhas ocorram ao mesmo tempo, para todas as turmas, independentemente do itinerário escolhido pelo aluno.

Fique atento! A quantidade de alunos que podem optar por uma mesma trilha é limitada à capacidade da sala de aula utilizada.

Aplicando os itinerários formativos – Opção 2

Esta é a forma mais adotada pelas instituições de ensino.

Não existe restrição na composição das turmas. Cada aluno pode fazer parte de qualquer turma, independente da trilha escolhida por ele.

Nesse cenário é obrigatório definir os horários da semana em que TODAS as turmas do mesmo ano terão aula de trilhas.

Exemplo: A turma 2ªA tem aula de itinerários formativos nos quatro primeiros horários de segunda e quarta-feira. Assim, as demais turmas de 2º ano também deverão ter aula de trilhas nestes mesmos horários.

Quando o horário da turma indicar aula do itinerário formativo, o aluno seguirá para a sala específica da trilha escolhida por ele. Quando o horário indicar aula das demais disciplinas, o aluno assistirá na própria sala de aula da turma.

Aplicando os itinerários formativos – Opção 3

Esta forma de distribuição é uma variação da anterior. Porém, o aluno precisa escolher duas trilhas para percorrer, ao invés de apenas uma.

Exemplo: Na opção 2 são ofertadas duas trilhas — de 8 aulas semanais — e o aluno escolhe uma delas. Já na Opção 3 são ofertadas quatro trilhas — de 4 aulas semanais — e o aluno escolhe duas delas.

Por uma questão de custo, as instituições costumam limitar as opções oferecidas. Afinal, quatro trilhas combinadas, duas a duas, podem gerar seis opções diferentes. Neste caso, seria necessário dispor de recursos (professores e salas de aula) equivalentes a oferecer seis trilhas diferentes.

Aplicando os itinerários formativos – Opção 4

Uma variação da Opção 2. Porém, nesta forma, a instituição não define em quais horários da semana as aulas de trilha devem acontecer, tornando essa a opção mais difícil de ser implementada.

Nesse caso, adote a Opção 1, semelhante à Opção 4. Para isso, basta formar as turmas com base nos alunos que optaram por uma mesma trilha.

Como montar um quadro de horários com itinerários formativos

Como você pode notar, a inclusão das trilhas de aprofundamento à grade do ensino médio deixa a atividade de montar o quadro de horários ainda mais complexa, consumindo mais tempo e energia dos responsáveis por essa tarefa.

Independente da opção escolhida para a aplicação dos itinerários formativos, a geração dos horários escolares terá novas variáveis.

Por isso, contar com a tecnologia para gerar grades horárias é a forma mais inteligente de adequar sua instituição às demandas do Novo Ensino Médio.

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