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Educação inclusiva: como trabalhar o autismo em sala em de aula

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3 de abril de 2019

Cada país busca formas para estabelecer a igualdade entre seus cidadãos, no Brasil o método utilizado é conhecido como “Escola para Todos”, uma política que viabiliza a inclusão de crianças com deficiências ou transtornos, em todas as Instituições de Ensino do país e que tem como finalidade acolher a qualquer criança, independente de classe social, cor, condições psicológicas e físicas.

A inclusão da pessoa com deficiência nas escolas é um direito conquistado por este importante segmento da população a partir de muita luta, medidas administrativas, legislativas, judiciais e políticas públicas.

Afinal o ambiente escolar deve ser visto como um espaço onde crianças, adolescentes e adultos tenham o direito de aprender e adquirir conhecimento, independente de qualquer situação. Contudo, um dos maiores desafios enfrentados neste tipo de educação é a qualificação profissional dos educadores.

Muitas vezes eles não estão prontos para lidar de fato com a inclusão nas salas de ensino regular, precisando adaptar metodologias para atender de forma emergencial esses alunos.

Muito tem se falado sobre o autismo, e com a popularização do tema, cada vez mais crianças são diagnosticadas precocemente. Inclusive, foi instituído em 2008 uma data para se debater o tema. No dia 02 de abril é comemorado o dia Mundial de Conscientização do Autismo e esse momento é destinado à reflexão sobre esse transtorno.

O que é autismo?

O autismo é um distúrbio que afeta a comunicação, interação social, capacidade de aprendizado e a adaptação de quem o porta. Segundo a psicóloga Goretti Tenorio trata-se de “um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos”. Contudo, os sinais iniciais podem aparecer já nos primeiros meses de vida.

No que tange a educação inclusiva este é um assunto que merece destaque porque existe um caso de autismo a cada 110 pessoas no mundo. Segundo os dados do Instituto de Psiquiatria (IPq) em 2018 somente no Brasil já havia mais de 2 milhões de casos diagnosticados.

Os autistas costumam ter dificuldade para realizar interações triangulares, ou seja, aquelas nas quais se olha para quem fala antes de olhar para o objeto, ou pessoa, e depois de observar volta-se o olhar para quem falou. Eles geralmente focam a atenção em algo e passam bastante tempo observando apenas aquilo, às vezes até mesmo horas.

O mesmo ocorre em classe, o que acaba dificultando o foco desses alunos em aulas tradicionais, pois ele não consegue olhar para o professor, depois para o caderno e voltar o foco ao professor novamente. Por isso, cabem aos profissionais da educação três missões:

1. Entender o distúrbio

2.  Criar métodos que captem o foco do autista

3. Estreitar o distanciamento dos demais alunos com o que possui necessidades especiais

Dicas para trabalhar um aluno autista na escola

A Drª Maria Claudia Brito, psicóloga especializada em autismo criou um canal no qual dá dicas sobre o tema. Separamos algumas delas para te ajudar a interagir com esses alunos. Confira:

Adaptação ao ambiente: Peça aos responsáveis para levar o aluno autista para conhecer a escola antes das aulas começarem. Como essas crianças precisam manter padrões, levá-lo a primeira vez à sala e deixá-lo conhecer o ambiente é bem melhor do que apenas deixá-lo sozinho lá, desse modo o aluno especial poderá realizar a associação com menos dificuldades;

Evite ruídos altos: Alguns autistas possuem hipersensibilidade ao som, por isso o sinal da escola e o barulho das crianças gritando pode ser muito incômodo. Aconselhe os pais a levarem a criança para dentro da sala antes da chegada dos outros alunos. Assim ele poderá se acostumar com os ruídos do ambiente aos poucos. Outra dica é evitar gritar para chamar atenção desses alunos, pois isso pode acabar desencadeando uma crise nervosa;

Crie um método de interação único: Estabeleça um bom relacionamento com o aluno especial, ele precisa confiar no professor. No primeiro contato abaixe-se na altura da criança, olhe nos olhos dela, fale o nome dela, e mesmo que ele desvie o olhar continue falando. Maria explica que é um comportamento normal dos autistas evitar o contato visual, mas isso não significa que ele não esteja prestando atenção;

Mantenha uma rotina: Os autistas têm dificuldades com coisas imprevisíveis, por isso, o melhor método é trabalhar com repetição. Alguns podem aprender melhor com estímulos visuais e outros com auditivos. Note qual a forma que o aluno interage melhor e trate-o sempre da mesma maneira todos os dias. Seja cumprimentando de longe ou falando com ele da mesma maneira para criar um padrão de repetição e evitar ansiedade na escola;

Use as áreas de interesse do aluno ao seu favor: Após conviver melhor com esse aluno será mais tranquilo utilizar suas áreas de interesse para conseguir explicar a matéria a ele. Ter um aluno autista em classe é uma ótima oportunidade para exercitar o lado lúdico e criar novas formas de aprendizado. Aproveite essa oportunidade!

DICA BÔNUS: Evite o distanciamento deste aluno com os colegas de classe: Por notar que ele recebe atenção especial, algumas crianças podem sentir ciúmes, e até mesmo tratar o autista mal somente por isso. É preciso explicar a eles porque esse aluno é especial e precisa de atenção diferenciada. Também é preciso evitar que o aluno autista seja forçado a participar de alguma brincadeira, ou que seja excluído por não conseguir interagir bem. Se possível busque uma forma na qual todos os alunos possam brincar juntos.

Esperamos que você tenha gostado do artigo. Não deixe de conferir também os outros temas expostos toda semana aqui no blog. Até a próxima!