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GEHA celebra aniversário de 35 anos!

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

24 de março de 2021

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Confira a entrevista comemorativa com José Roberto Andrade Filho e Guilherme Costa Straube, sócios da GEHA Sistemas Especialistas e criadores do programa URÂNIA. Eles contam sobre a trajetória percorrida durante mais de três décadas dedicadas ao estudo de horários escolares.

Em março de 1986, na cidade de Curitiba, dois recém-graduados pela Universidade Federal do Paraná deram um passo que mudaria de vez a história de suas vidas.

Guilherme e José Roberto foram colegas durante a Graduação em Processamento de Dados. A amizade e parceria sólida entre eles só poderia resultar em uma coisa no mundo dos negócios: sucesso!

Ambos são responsáveis pelo desenvolvimento do software URÂNIA e fundadores da GEHA Sistemas Especialistas, empresa que, em 2021, completa 35 anos de existência.

Para comemorar essa data especial entrevistamos os dois sócios para conhecer detalhes da história do URÂNIA, dos desafios enfrentados e as perspectivas para o futuro. Confira!

GEHA Comemora Aniversário de 35 anos: Guilherme e José Roberto durante a entrevista comemorativa do aniversário da empresa
José Roberto Andrade Filho e Guilherme Costa Straube, sócios da GEHA Sistemas Especialistas, durante a entrevista comemorativa dos 35 anos da empresa.

Na década de 80 automatizar processos era algo novo. De onde surgiu a ideia de criar, naquela época, um programa para elaboração de horários escolares?

Guilherme: Em 1986, minha mãe, que era professora da rede estadual, me pediu para tentar encontrar um programa de computador que montasse o quadro de horário dos professores. Naquela época a informática ainda “engatinhava”, e é claro que eu não encontrei nenhum. 

Eu, José Roberto e mais um amigo tínhamos nos recém-formado em processamento de dados e, inocentemente (risos), acreditamos que seria uma boa ideia tentar desenvolver um. Não fazíamos a mínima ideia da complexidade do assunto. De certa forma a inexperiência e o desconhecimento acabaram ajudando. Nos dedicamos muito, e levamos dois árduos anos para obter um primeiro protótipo do programa que, aliás, era bem simples e muito diferente do URÂNIA que conhecemos hoje.

Guilherme, Carlos e José Roberto durante um evento no último ano da faculdade
Os colegas que iniciaram o desenvolvimento do URÂNIA em 1986. 
Guilherme, Carlos e José Roberto durante um evento no último ano da faculdade.

Algumas coisas só se aprendem na prática. Imagino que os primeiros clientes devem ter funcionado como um “laboratório”. Qual foi a primeira instituição atendida pelo URÂNIA?

José Roberto: O Colégio Barddal, aqui de Curitiba, foi nosso primeiro cliente, em 1988. O diretor nos passou a matriz curricular das turmas e a disponibilidade dos professores e então lançamos os dados no computador. Os resultados ficaram muito abaixo do esperado, porque não conhecíamos quase NADA do assunto. Para montar um horário é necessário considerar dezenas de detalhes pedagógicos, as solicitações dos professores, as características da escola, além da própria questão computacional, de ter de lidar com explosão combinatória.

“Mas na verdade, quando percebemos que o assunto era vasto e complexo, foi que nos apaixonamos pelo desafio. “

– José Roberto Andrade Filho –

Com a evolução da tecnologia, a informática começou a estar cada vez mais presente na rotina das pessoas. Como isso influenciou no modelo de negócio de vocês?

Guilherme: No começo fazíamos os horários em nosso computador e entregávamos o resultado às escolas. Com o feedback dos diretores e coordenadores passamos a conhecer detalhes importantes para a montagem de um bom horário. O que aprendíamos nas avaliações e comentários utilizávamos para desenvolver e deixar o programa ainda mais completo para o ano seguinte. Foram anos valiosos, de muita, mas muita aprendizagem.

Em 1994 já prestávamos serviço para cerca de quarenta escolas, sendo que algumas delas tinham aulas nos três turnos ou em mais de uma unidade. Estávamos chegando ao nosso limite. Foi quando percebemos que teríamos de mudar nossa forma de trabalho, se quiséssemos crescer e atender mais escolas.

Para isso, primeiro tornamos o programa fácil de usar. Em seguida, treinamos as escolas para que soubessem como lançar seus dados e montassem seus próprios horários. Assim, em 1996, pela primeira vez em muitos anos, tivemos um início de ano tranquilo.

As escolas se adaptaram bem ao programa e conseguiram fazer seus horários sem grandes dificuldades.

José Roberto ao lado de uma das máquinas utilizadas para gerar os horários das instituições em 1995
José Roberto ao lado de uma das máquinas utilizadas para gerar os horários das instituições em 1995.

Hoje o URÂNIA é líder de mercado, e com seus resultados impacta positivamente a vida de milhões de pessoas, sejam professores, alunos ou gestores. O sucesso do programa foi imediato?

José Roberto: Em um primeiro momento não. Alguns anos antes um programa concorrente havia tomado o mercado, com resultados muito ruins. Naquele momento as escolas estavam descrentes, pois não acreditavam que um computador era capaz de gerar um horário de qualidade. Tivemos de ir ganhando o mercado gradualmente. As escolas que acreditaram no nosso programa passaram a indicá-lo para outras escolas. Aliás, a indicação sempre foi um fator muito poderoso que pesou a nosso favor. 

Atualmente a comercialização de softwares por assinatura é comum. Mas há alguns anos era algo pioneiro. Como foi abrir esse caminho?

Guilherme: Quando adotamos essa forma de cobrança em 1996, muitas pessoas reclamaram, dizendo estarmos inventando “moda”, que deveríamos vender o programa e não cobrar anualmente. Tivemos de nos manter firmes às nossas convicções. Afinal, se cobrássemos o custo dos anos de desenvolvimento, o software teria um valor inacessível para parte considerável das escolas, principalmente as públicas. Além disso, cobrando por ano temos condição de manter uma equipe de suporte para tirar dúvidas, o que aumenta a possibilidade de o programa ser utilizado corretamente. Assim, é provável que o cliente fique satisfeito e renove no ano seguinte.

“Aliás, atualmente essa forma de cobrança, por mês ou por ano, passou a ser comum nas empresas do ramo de software.”

– Guilherme Costa Straube –
Guilherme e José Roberto em 1995 na primeira Sede da GEHA Sistemas Especialistas
Guilherme e José Roberto em 1995 na primeira Sede da GEHA Sistemas Especialistas.

Olhando para a empresa, quais as maiores mudanças vocês veem nesses 35 anos?

José Roberto: Na década de 1990, quando uma escola queria adquirir uma licença do URÂNIA, tinha de fazer uma transferência bancária e nos enviar o comprovante. Mandávamos então o programa pelo correio, dentro de uma caixa que continha o manual do usuário, uma chave eletrônica e dois disquetes. Esse processo todo levava dias, para se concretizar. Hoje ela faz tudo de forma instantânea, pela internet: adquire a licença, baixa o software, acessa vídeos tutoriais, atualiza a versão e até consegue tirar dúvidas diretamente com nossa equipe de suporte.

Tela Inicial do URÂNIA em 1995
Tela Inicial do URÂNIA em 1995.

Há muitos anos vocês se dedicam ao estudo de horários escolares e aplicam suas descobertas ao software. Após 35 anos de evolução constante, ainda há elementos a serem adicionados ao URÂNIA?

José Roberto: Todos os anos fazemos uma pesquisa ampla para identificar a satisfação de cada cliente, e também pedimos sugestões de melhorias. Mesmo após tantos anos, ainda surgem boas ideias, que acabam sendo desenvolvidas para as versões seguintes. Aliás, como sempre foi, desde o início. Essa preocupação de manter o URÂNIA em constante evolução, se adaptando às novas necessidades das instituições, é um dos grandes diferenciais da empresa.

Com todas as experiências que vocês tiveram ao longo dos anos, olhando para trás, fariam alguma coisa diferente?

Guilherme: (Silêncio) Acredito que tudo pelo que nós passamos teve aprendizado e foi essencial para nosso crescimento, então diria que não. Estamos cumprindo nossa missão, e isso fica muito claro quando nossos clientes relatam que, desde que começaram a utilizar o URÂNIA passaram a ter mais tempo livre, que podem sair de férias, que agora têm finais de semana com a família ou que não passam mais as noites fazendo horário. Impactar a vida das pessoas de forma tão positiva, e durante tantos anos, é algo que não tem preço.

Além da valorização por parte dos clientes, a certificação do mercado também é algo relevante para qualquer negócio. Quais reconhecimentos a GEHA já obteve do mercado? 

José Roberto: O reconhecimento por parte dos clientes é realmente algo muito gratificante e que acontece diariamente. Quanto às certificações do mercado, já ganhamos diversos prêmios, como TOP Educação, ECO, Excelência em Serviços ao Cliente, mas lembro com carinho do primeiro que recebemos, o Prêmio Assespro

Em 1996 o URÂNIA foi escolhido como o melhor programa brasileiro na categoria “Sistemas Especialistas”. Foi uma emoção grande e um reconhecimento público de que estávamos trilhando o caminho certo.

Selo concedido à GEHA em 1996 pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação
Selo concedido à GEHA em 1996 pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação.

O ano de 2020 foi desafiador para todos os empresários. Como estão os projetos e planos da GEHA para 2021?

José Roberto: Realmente 2020 não foi fácil, mas a estrutura sólida e enxuta da empresa e a dedicação incondicional dos colaboradores nos permitiu manter os planos traçados anteriormente. Há 6 anos estamos desenvolvendo o projeto URÂNIA+. Hoje ele vem sendo testado por uma pequena parcela de escolas, que estão nos ajudando com a análise do sistema, antes de lançarmos para o público em geral.

Guilherme: O URÂNIA+ é uma evolução muito aguardada. Esses 6 anos de estudo e desenvolvimento foram essenciais para construir uma versão web rápida, segura e com toda a eficiência já conhecida do URÂNIA. Como o processamento dos dados é feito na nuvem, é possível gerar horários utilizando qualquer equipamento com acesso à internet, como computador, tablet ou smartphone. O URÂNIA+ também conta com um visual moderno e novos recursos, que irão facilitar ainda mais a elaboração dos horários escolares.

José Roberto: Importante frisar que o URÂNIA+ não substituirá o URÂNIA que temos hoje. Quando o URÂNIA+ estiver disponível, as escolas poderão optar entre uma solução ou outra, de acordo com a que melhor atender às necessidades e preferências.

Guilherme: Quando o URÂNIA+ for lançado daremos mais detalhes sobre seu funcionamento. Por enquanto, só podemos dizer que a espera será recompensada!


Ao longo desses 35 anos o número de gestores, professores e alunos diretamente impactados pelo trabalho da GEHA ultrapassa a casa dos milhões. Esses números se convertem em tempo livre, qualidade de vida, melhor rendimento, satisfação e muitos outros sentimentos listados por quem utiliza o URÂNIA para solucionar suas grades horárias.

Atualmente a empresa, sediada em Curitiba, conta com 30 colaboradores, que atendem as mais de 6.600 instituições de ensino usuárias do software espalhadas por todo o Brasil.

Mesmo com a complexidade da tarefa, a dificuldade em entrar no mercado e de se manter atualizado, José Roberto e Guilherme provam que, quando se desconhece o impossível, não há limites.

Parabéns à GEHA pelos seus 35 anos! E que venham muitos mais!