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Por que a Finlândia é considerada padrão para novos métodos de ensino?

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12 de junho de 2018

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Nossa sugestão é que olhemos para esse modelo e analisemos a possibilidade de implantá-lo no Brasil ou, quem sabe, considerando a criatividade brasileira, elaborar algo inovador na mesma senda.

A Gestão Escolar é um tema delicado, se antes o conhecimento era transferido em modelos como os da Educação 1.0, atualmente há outras formas disponíveis para ampliar as possibilidades de ensino. De acordo com o artigo “Educação na Finlândia e Suécia e as Razões do Sucesso” de Ana Cristina de Canettieri (2008), nos últimos 30 anos, a Finlândia vem se destacando positivamente no cenário europeu. A autora relata que:

“Chama atenção o desempenho da Finlândia que vem obtendo as primeiras  colocações no exame do PISA, mostrando que tem um modelo de excelência na educação e isso desperta grande interesse de governos, educadores, economistas e empresários do mundo todo.”

Assim como no Brasil temos o ENEM, o PISA também é um exame avaliativo. O Programme for International Student Assessment, é uma avaliação internacional da qualidade da educação, patrocinada pelos países participantes da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. No Brasil, a coordenação do programa fica a cargo do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão vinculado ao Ministério da Educação.

Quantas escolas existem na Finlândia? 

Em 2008 eram 161 escolas básicas, chamadas de comprehensive schools – para crianças de 7 a 16 anos e 38 escolas secundárias, que totalizam pouco mais de 70 mil estudantes. Soma-se a este sistema os 26 mil alunos matriculados nas 37 escolas vocacionais ou técnicas, 130 mil nas 31 politécnicas e 176 mil em 20 universidades. Canettieri (2008) esclarece sobre o ensino público no país:

“No antigo sistema, só a educação primária de 6 anos era gratuita, o restante da educação era paga. Em 1970, a educação básica passou a ser obrigatória e gratuita e com 9 anos de escolaridade e funcionamento das 8 às 15 horas. Também são gratuitos, durante os primeiros 9 anos, o transporte, a refeição e todo o material escolar. Após este período, os alunos têm que pagar os livros.”

Com que idade as crianças são alfabetizadas?

Há diferenças também no que tange à alfabetização. Não se ensina a ler no ensino pré-escolar, pois acreditam que a criança está pronta para aprender a ler a partir dos 7 anos, e tem o direito de ser criança por mais tempo. Mas isso não significa que a criança é infantilizada.

A palavra de ordem no sistema educacional finlandês é autonomia, explica a professora Mrs. Pentilla, voz de peso no cenário educacional da União Europeia. Segundo ela, na maioria dos países é comum pais ajudarem quando os filhos caem. Porém, os finlandeses, quando encontra-se na mesma situação, incentivam os filhos a levantarem do chão, dizendo que eles são capazes.

Como funciona o sistema público e privado de educação? 

Todas as escolas são gratuitas e recebem apoio do governo. Os reitores são executivos recrutados no mercado, que têm que provar, ano a ano, que aplicaram bem os recursos públicos recebidos para continuar no cargo.

Como funciona remuneração dos professores? 

Há diferenças também a respeito dos salários. Enquanto no Brasil há um teto e professores bem qualificados recebem o mesmo que os demais, na Finlândia o prestígio dos docentes é alto. É comum auferirem salários superiores aos dos reitores, e ganham ainda mais aqueles que ensinam nos dois primeiros anos iniciais, considerados os mais importantes na motivação da aprendizagem, afinal, se eles não forem adequados, podem interferir negativamente em todos os anos seguintes.

Apoio psicológico

Professores e alunos recebem suporte psicológico dentro da Instituição de Ensino. Além disso, todas as escolas contam com assistentes sociais e psicólogos em seu núcleos para atender sempre que necessário os docentes e discentes. O processo introdutório dos alunos à estes profissionais ocorre logo após o momento da matrícula. A ideia do governo ao propiciar essa experiência é garantir que os estigmas comuns ligados às ideias de “quem vai ao psicólogo é louco” seja eliminado, assim, caso essas crianças precisem de apoio no futuro se sentirão menos constrangidas a respeito.

Apoio pedagógico

Se alguns alunos têm, continuamente, problemas de aprendizagem, a escola dispõe de professores especiais para recuperá-los. Na prática, se a dificuldade é em matemática o aluno tem aulas com um professor especializado em problemas de aprendizagem, não com um professor de matemática. Pode ocorrer de ter 2 ou 3 professores em sala de aula. Para aqueles com dificuldades mais sérias, há escolas especializadas que funcionam dentro das escolas comuns.

Recuperações não ocorrem depois da aula, lazer é necessário

Os finlandeses acreditam que mais tempo não motiva a criança ao aprendizado, pelo contrário, só faz cansá-la ainda mais. Também não são dados muitos exercícios aos alunos com dificuldades de aprendizagem – a quantidade de tarefa escolar é de acordo com as necessidades de cada um. E, ademais, as aulas e os exercícios escolares devem ser organizados de tal forma que o aluno tenha tempo para o lazer.

O que contribuiu para os resultados no PISA?

Na Finlândia predomina-se o matriarcado, ou seja, são as mães – e não os pais – os carros chefes da família. De acordo com os dados apresentados, 70% delas possuem ensino superior completo, o que pode influenciar diretamente no incentivo aos estudos dentro de casa.

Escolas livres de vigilância

Não há câmeras espalhadas pelas escolas, em hipótese alguma. As escolas são ambientes familiares, se não há câmeras nas casas não haveria razão de tê-las nas escolas. Em algumas escolas, alunos, professores, e funcionários, tiram os sapatos ou tênis com intuito de fazerem menos barulho e também para se sentirem mais confortáveis, como se estivessem em casa. Canettieri enfatiza que:

“Registra-se que durante as visitas às escolas não houve citação de nomes de teóricos que dão sustentação ao ensino na Finlândia. Enfaticamente é reforçada a autonomia dos professores, a confiança neles depositada para fazer bem o trabalho de ensinar. Há métodos de alfabetização específicos para ensinar famílias de imigrantes, outros, para ensinar crianças com maior nível de informação e domínio da língua, enfim, a educação é individual não é algo que se faça em massa.”

E você, o que achou dos novos métodos de educação adotados na Finlândia? Acredita que esse modelo funcionaria no Brasil? Deixe sua opinião aqui nos comentários!

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